Conto


Foi no trabalho. Ela cruzou as pernas mais vezes do que consegui
contar e ela era gostosa demais.
Ela me provocou. Foram olhares, palavras e para terminar aquelas
pernas. E aquela bunda que ela rebolava sempre que passava perto de
mim.
Puta.
Eu sou casado. Não posso.
Mas eu desejo. Enlouqueço.
E como ela sabe me provocar.
Semana passada entrou na minha sala depois das dezoito e jogou suas cartas.
A rainha ganhou. Xeque mate.
Segurei aquelas pernas e mordi seu pescoço.
Puta.
Ela pegou no meu pau e chupou.
A joguei na mesa e chupei aquela boceta. Já devia ter dado para toda
empresa. Imaginá-la dando pra outros aumentou meu tesão.
Puta. Sou casado, não posso te comer.
Mas comi. Em cima da mesa. Meti gostoso.
E ela gemia. Pedia mais.
“Levanta”.
Tirei sua blusa e comecei a beijar seus seios enquanto ela me masturbava.
“Onde você quer que eu goze?”.
Sem dizer nada ela se ajoelhou e me chupou.
Bebeu toda minha porra e então a beijei.
“Agora eu quero ser seu”.
Ela delicadamente levou minha boca até sua boceta e eu não precisei de
explicações.
A coloquei sentada em minha mesa e comecei a chupar aquela xota melada.
Ela gemia deliciosamente e com a minha língua eu a fiz gozar.

Medusa

Depois do banho sentei-me na cama e olhei-me no espelho. Aquela noite estava apenas começando. Coloquei a roupa que já tinha escolhido. Brincos, colares e anéis. A maquiagem no rosto e aquele perfume que ele adorava.
O mesmo bar de todos os sábados. Sentei-me e percebi que ele já estava ali. Observando-me como se fosse a primeira vez. Seu olhar me atraiu, já sabia seu plano para aquela noite. O segui até o banheiro.
“Qual seu nome?”.
“Hoje sou Afrodite”.
“Prazer, hoje sou Dionísio”.
Entramos no banheiro masculino, ele fechou a porta e me segurou contra a parede. Suas mãos grandes me apertavam e rapidamente já estavam dentro da minha blusa. Pude senti-lo acariciar meus seios enquanto sua boca me enlouquecia com sussurros ao pé do ouvido.
Suas mãos escorregaram e delicadamente abriram minha saia. Colocou-me em cima da pia e quando menos esperava sua língua já percorria minha boceta. Ele sabia o que estava fazendo. Eu só queria ser dele.
Bruscamente ele se levantou e me tomou no colo. Puxou meus cabelos.
“Adorei seu perfume”.
Minhas pequenas mãos tiraram a camisa que ele usava e passearam por todo seu corpo. Sua calça já estava aberta quando o toquei com minhas mãos geladas.
“Minhas mãos são geladas”.
“Tenho certeza que a sua boca não é”.
Mas não quis dar o que ele queria. Ainda não. Ele segurou-me e beijou. Um beijo quente com o gosto de boceta que ele ainda tinha nos lábios.
Penetrou então. Gemi silenciosamente naquele banheiro, enquanto ele suado me beijava. Suas mãos me apertavam e eu sabia que iríamos gozar.
 A cada movimento queria ser mais dele e menos minha. Gozei. Ele também.
Nos embriagamos em um último beijo molhado e discretamente saímos. Fui embora logo em seguida dele para o encontrar em nossa casa e terminar o que tínhamos começado.

“E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (…) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era”.
Caio Fernando Abreu